21 set No Clima da Caatinga está construindo 75 canteiros biosépticos no semiárido
A Associação Caatinga (AC) está construindo canteiros biosépticos para 75 famílias moradoras das comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas, localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), e gerida pela AC desde 2000. Esse tipo de canteiro promove saneamento rural uma vez que realiza o reaproveitamento da água utilizada no vaso sanitário. “Antes de conhecer a tecnologia, as pessoas achavam que a água do vaso sanitário não serviria mais para nada e chegaram até a duvidar, mas ao longo das capacitações que realizamos elas foram percebendo as inovações do canteiro bioséptico”, explica Gilson Miranda, coordenador de conservação da Associação Caatinga.
O canteiro bioséptico funciona da seguinte forma: a água sai do banheiro e das fossas da casa, atravessa o subsolo e vai em direção ao canteiro onde uma estrutura física separa os dejetos do líquido enquanto microorganismos digerem o material orgânico e o utilizam para “adubar” uma área. No canteiro, para absorver a água produzida, deve haver alguma espécie de planta que tenha alto consumo de água, como uma bananeira. Assim sendo, o canteiro bioséptico promove saúde pública e reduz a propagação de doenças, pois evita o descarte incorreto de dejetos.
“Fiquei encantada como é possível reaproveitar a água da descarga do vaso sanitário e, por meio do acompanhamento dos técnicos, pude compreender melhor o funcionamento do canteiro. E agora posso usar a água dessa tecnologia para cultivar frutas que nem a banana”, destaca Antonia Lúcia da Silva, moradora da comunidade de Queimadas, em Crateús.
A ação é patrocinada pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, através do projeto No Clima da Caatinga. Também estão sendo construídos 12 banheiros em residências que não contam com o cômodo, mas que mesmo assim irão receber o canteiro bioséptico, visto que essa tecnologia só pode ser aplicada em casas que já possuem banheiro estruturado e fossa comum. “Além dessas construções, as famílias serão capacitadas no uso e manutenção da tecnologia, com manuais produzidos com linguagem acessível e de fácil compreensão”, complementa Gilson Miranda.