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Felinos são foco nas ações de preservação do NCC

A pesquisa sobre felinos de grande porte na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA) ganhou novos desdobramentos no mês de novembro. Quatro pesquisadores (Lucas Gonçalves, Hugo Ferreira, Liana Sena e Paulo Marino) foram convidados a fim de desenvolver um novo modelo de captação de dados e vestígios (fezes, rastros, pegadas etc) desses animais.  O estudo busca entender a rotina dos felinos na RNSA, como por exemplo quais as relações entre presas e predadores, como se dá a densidade populacional das espécies e quais fatores mais impactam na composição da fauna de mamíferos.

Hugo Ferreira, biólogo, pesquisador e professor da Universidade Estadual do Ceará afirma que um dos objetivos da pesquisa é “tentar entender de que forma os felinos utilizam a Reserva e o seu entorno”. Com todos esses dados, espera-se mapear os hábitos e rotas da Onça-Parda e outros felinos. A ideia é desenhar e preservar corredores ecológicos para contribuir com a conservação das áreas percorridas por esses animais, assim eles terão mais facilidade de locomoção e alimentação.

Durante quatro dias os pesquisadores trabalharam em conjunto com a equipe No Clima da Caatinga (NCC) para desenvolver uma forma sistematizada de distribuição das armadilhas fotográficas e um protocolo de busca e captação de vestígios dos felinos. Ao total, 10 câmeras foram posicionadas em locais estratégicos da floresta para acompanhar a movimentação dos animais.

Para garantir a melhor captação de dados possível, os pesquisadores realizaram capacitações com os colaboradores do No Clima da Caatinga. Hugo Ferreira explica que a ideia é esclarecer quais procedimentos devem seguidos “na hora de encontrar uma carcaça, de levar para o laboratório, quais são os dados que eles precisam anotar e de que forma eles vão condicionar essa amostra biológica e comunicar os pesquisadores que vão lhes orientar os passos posteriores”.

Método de distribuição das armadilhas fotográficas

Com o intuito de abranger a maior extensão de terra possível, a equipe de pesquisadores e colaboradores do NCC dividiram a Reserva em três áreas. Na fase atual da pesquisa, as 10 câmeras foram posicionadas na primeira zona, após trinta dias, a equipe irá coletar os dados captados pelos equipamentos e seguir adiante para a segunda área.

Após mais 30 dias as câmeras com sensores de movimento serão distribuídas na terceira e última área. Com essa estratégia de divisão, mais de 5000 hectares de terra serão monitorados pelas armadilhas fotográficas. Para garantir uma amostragem de dados de qualidade, esse método será realizado tanto na época de chuva e de seca, ou seja, cada uma das três áreas será monitorada duas vezes para entender qual o impacto da falta e abundância de água na fauna da RNSA.

O projeto No Clima da Caatinga é realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.