03 out Dia nacional das abelhas e importância da meliponicultura
Na data 03 de outubro é comemorado o dia nacional das abelhas, que são animais essenciais para a conservação das florestas. Esses insetos são responsáveis pelo processo reprodutivo das plantas por meio da polinização, que garante o desenvolvimento da vegetação e influencia diretamente na agricultura. Sem a contribuição das abelhas, muitas plantações não produziriam frutos e vários alimentos importantes teriam que ser retirados dos supermercados.
Existem, no total, mais de 20.000 espécies de abelhas no mundo, sendo 1.900 no Brasil. Embora pareça um número expressivo, esses animais sofrem com ameaças constantes de extinção por conta da degradação dos biomas onde vivem e uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações. Ações de educação ambiental e incentivo de práticas agrícolas sustentáveis como a meliponicultura são maneiras que o No Clima da Caatinga utiliza para preservar essas espécies.
O que é meliponicultura?
A meliponicultura é uma prática de baixo custo de implantação que consiste na criação racional de abelhas sem ferrão, também chamadas de abelhas indígenas. No mundo, existem cerca de 552 espécies de abelhas indígenas e 243 estão no Brasil. A criação dessas abelhas pode ser trabalhada de diversas formas: produção de mel, pólen, própolis e colônias; recuperação de áreas degradadas; educação ambiental e polinização de cultivos agrícolas. Os meliponários com colmeias podem ser instalados na própria casa do agricultor e não representam risco para os moradores.
Ações do NCC
O NCC realiza a distribuição e implantação de meliponários para as famílias que vivem no entorno da Reserva Natural Serra das Almas, unidade de conservação de 6.285 hectares localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). Também são entregues colônias de Jandaíra (Melipona subnitida), espécie de abelha sem ferrão nativa da caatinga e ameaçada de extinção que é a terceira mais criada no país e a primeira mais criada no Nordeste e no estado do Ceará.
A Jandaíra é uma espécie que se adapta muito bem ao clima quente e seco do semiárido, tendo ocorrência comprovada para os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Elas fazem seus ninhos preferencialmente em ocos de troncos de árvores nativas da Caatinga, como a Umburana (Commiphora leptophloeos) e a Catingueira (Caesalpinia pyramidalis), contribuindo para a reprodução e conservação dessas plantas. A produção do mel da Jandaíra gira em torno de 1 à 1,5 L por colmeia/ano, entretanto já há produtores no Ceará que conseguiram dobrar essa capacidade produtiva.
Além da distribuição de meliponários, o NCC também realiza capacitações com os agricultores beneficiados e distribuição de cartilhas educativas, para que eles façam o manejo correto dessa tecnologia social. Para Carlito Lima, meliponicultor e agente de mobilização do NCC, essas ações são de grande importância para as comunidades: “os meliponários fazem grande diferença no semiárido, pois contribuem para a preservação da Caatinga e ajudam na geração de renda para as famílias beneficiadas”.
Viva o dia nacional das abelhas!
O No Clima da Caatinga é realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.